"... Amar errado é tão comum! Então não é por merecimento que se é amado - caso fosse, Ana deveria amar Jaime. Ele não é perfeito, como todo mundo, mas a ama ternamente e tem um bom caráter. O que faltou para o coração de Ana aceitar um forte afeto por Jaime? Mesmo as qualidade mais fúteis, ele possui. Ela lembra que em algum momento acreditou amá-lo, amando-o então. Lembra de forma meio vaga deste sentimento. Ela recorda, mas não consegue sentir o que acredita ter sentido um dia. Porque "o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas". Ana compreende que as lágrimas deste verso português não são falsas no sentido adjetivo da coisa. Ela pensa nas lágrimas como que de plástico. O passado é plástico, uma maquete acrílica. Fecham-se os olhos e vê-se tudo. Sabe-se ter vivido aquilo visto, mas não se vive mais nada. Sabe-se ter sentido, mas não se sente mais. Ana amou Jaime, acredita nisso e poderá dizer: eu amei este homem. Mas é tão distante falar que amou, odiou, sentiu algo, um dia. É como se a maquete de suas lembranças pudesse quebrar a qualquer momento e ela nem mais veria que amou, pois o sentimento é inexistente, resta-lhe apenas a memória dele."
Fernanda Young
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Insighting
Estou impressionada com a forma como os reais motivos de um problema sempre estão escancarados na minha frente, e eu, sempre me fazendo de difícil, não os vejo. Mas agora que os enxerguei: AH! Que delícia reconhecê-los. Mais gostoso ainda é tentar resolvê-los.
Veja só você, que resolvendo este problema estou desistindo de ter paciência e delicadeza, tudo o que me era demasiadamente bom. Isso mostra o quão desgastada eu estava pelo parasita invísivel que vagava pelo meu inconsciente, mas com uma bela dose de remédios foi capturado, e, ainda bem, está sendo agora bem analisado e controlado.
E o real problema é este: a arte de conviver é muito cansativa. Meu Deus, como me cansa! Sorrisos simpáticos acompanhados de um 'bom dia!' quando não se tem a menor vontade de abrir a boca. Aceitar simplesmente uma coisa absurda pelo simples fato de viver em harmonia.
Pois eu digo a você que a partir de agora não serei mais obrigada a concordar com o que eu não ache certo. E deixarei toda aquela educação de décadas, que meus pais trabalharam tão bem, para parar de sofrer. Pois é, eu estava sofrendo, estava desacreditada sem nem saber o porquê.
Agora que me libertei terei alguns probleminhas pra resolver, umas chatisses pra resolver. Mas eu não me importo, pelo menos me livrarei da chatisse de ter você perto de mim!
Veja só você, que resolvendo este problema estou desistindo de ter paciência e delicadeza, tudo o que me era demasiadamente bom. Isso mostra o quão desgastada eu estava pelo parasita invísivel que vagava pelo meu inconsciente, mas com uma bela dose de remédios foi capturado, e, ainda bem, está sendo agora bem analisado e controlado.
E o real problema é este: a arte de conviver é muito cansativa. Meu Deus, como me cansa! Sorrisos simpáticos acompanhados de um 'bom dia!' quando não se tem a menor vontade de abrir a boca. Aceitar simplesmente uma coisa absurda pelo simples fato de viver em harmonia.
Pois eu digo a você que a partir de agora não serei mais obrigada a concordar com o que eu não ache certo. E deixarei toda aquela educação de décadas, que meus pais trabalharam tão bem, para parar de sofrer. Pois é, eu estava sofrendo, estava desacreditada sem nem saber o porquê.
Agora que me libertei terei alguns probleminhas pra resolver, umas chatisses pra resolver. Mas eu não me importo, pelo menos me livrarei da chatisse de ter você perto de mim!
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